sexta-feira, 29 de abril de 2011

Ressurreição, a mensagem mais extraordinária


Este texto está hoje inundado pela alegria luminosa da Páscoa. De fato, nestes dias a Igreja celebra o mistério da Ressurreição e experimenta a grande alegria que lhe provém da boa nova do triunfo de Cristo sobre o mal e sobre a morte. Uma alegria que se prolonga não só na Oitava de Páscoa, mas que se propaga por cinquenta dias até ao Pentecostes. Depois do choro e do temor da Sexta-Feira Santa, e após o silêncio cheio de expectativa do Sábado Santo, eis o anúncio maravilhoso: "Deveras o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!" (Lc 24, 34). Esta, em toda a história do mundo, é a "boa nova" por excelência, é o "Evangelho" anunciado e transmitido ao longo dos séculos, de geração em geração.
A Páscoa de Cristo é o ato supremo e insuperável do poder de Deus. É um acontecimento extraordinário, o fruto melhor e mais maduro do "mistério de Deus". É tão extraordinário, que se torna inenarrável naquelas suas dimensões que se furtam à nossa capacidade humana de conhecimento e de averiguação. E contudo ele é também um fato "histórico", real, testemunhado e documentado. É o acontecimento que funda toda a nossa fé. É o conteúdo central no qual cremos e o motivo principal pelo qual acreditamos.
O Novo Testamento não descreve a Ressurreição de Jesus no seu atuar-se. Refere apenas os testemunhos de quantos Jesus encontrou pessoalmente depois de ter ressuscitado. Os três Evangelhos sinóticos narram-nos que aquele anúncio – "Ressuscitou!" – é proclamado inicialmente por alguns anjos. É portanto um anúncio que tem origem em Deus; mas Deus confia-o imediatamente aos seus "mensageiros", para que o transmitam a todos. E assim são os próprios anjos que convidam as mulheres, que foram de manhã cedo ao sepulcro, a irem imediatamente dizer aos discípulos: "Ele ressuscitou dos mortos e vai preceder-vos a caminho da Galileia; lá O vereis" (Mt 28, 7). Deste modo, mediante as mulheres do Evangelho, aquele mandato divino alcança todos e cada um para que, por sua vez, transmitam aos outros, com fidelidade e coragem, esta mesma notícia: uma notícia bela, jubilosa e portadora de alegria.
Sim, queridos amigos, toda a nossa fé se funda na transmissão constante e fiel desta "boa nova". E nós, hoje, queremos manifestar a Deus a nossa profunda gratidão pelas numerosas multidões de crentes em Cristo que nos precederam nos séculos, porque nunca faltaram ao seu mandato fundamental de anunciar o Evangelho que tinham recebido. A boa nova da Páscoa, por conseguinte, exige a obra de testemunhas entusiastas e corajosas. Cada discípulo de Cristo, também cada um de nós, é chamado a ser testemunha. É este o exato, empenhativo e exaltante mandato do Senhor ressuscitado. A "notícia" da vida nova em Cristo deve resplandecer na vida do cristão, deve ser viva e ativa em quem a anuncia, realmente capaz de mudar o coração, toda a existência. Ela é viva antes de tudo porque o próprio Cristo é a sua alma vivente e vivificante. Recorda-no-lo São Marcos no final do seu Evangelho, quando escreve que os Apóstolos "partiram e foram pregar por toda a parte, e o Senhor cooperava com eles, confirmando a sua Palavra com os milagres que a acompanhavam" (Mc 16, 20).
A vicissitude dos Apóstolos é também a nossa e a de cada crente, de cada discípulo que se faz "anunciador". De fato, também nós temos a certeza que o Senhor, hoje como ontem, coopera com as suas testemunhas. Este é um facto que podemos reconhecer todas as vezes que vemos rebentar os germes de uma paz verdadeira e duradoura, onde o compromisso e o exemplo de cristãos e de homens de boa vontade é animado pelo respeito à justiça, pelo diálogo paciente, por estima convicta em relação aos outros, por abnegação, sacrifício pessoal e comunitário. Infelizmente vemos no mundo também tanto sofrimento, tanta violência e inúmeras incompreensões. A celebração do Mistério pascal, a contemplação jubilosa da Ressurreição de Cristo, que vence o pecado e a morte com a força do Amor de Deus é a ocasião propícia para redescobrir e professar com mais convicção a nossa confiança no Senhor ressuscitado, o qual acompanha as testemunhas da sua palavra realizando prodígios juntamente com eles. Seremos deveras e profundamente testemunhas de Jesus ressuscitado quando deixarmos transparecer em nós o prodígio do seu amor; quando nas nossas palavras e, mais ainda, nos nossos gestos, em total coerência com o Evangelho, se puder reconhecer a voz e a mão do próprio Jesus.
Portanto, em toda a parte, o Senhor envia-nos como suas testemunhas. Mas só o podemos ser a partir e em referência contínua com a experiência pascal, a que Maria de Magdala expressa anunciando aos outros discípulos: "Vi o Senhor" (Jo 20, 18). Neste encontro pessoal com o Ressuscitado estão o fundamento inabalável e o conteúdo central da nossa fé, a nascente fresca e inexaurível da nossa esperança, o dinamismo fervoroso da nossa caridade. Assim a nossa própria vida cristã coincidirá plenamente com o anúncio: "Deveras, Cristo Senhor ressuscitou". Por isso, deixemo-nos conquistar pelo fascínio da Ressurreição de Cristo. A Virgem Maria nos ampare com a sua protecção e nos ajude a apreciar plenamente a alegria pascal, para que, por nossa vez, a saibamos levar a todos os nossos irmãos.
Mais uma vez, Boa Páscoa a todos!
Papa Bento XVI

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Reflexões para a Semana Santa

Reflexões para a Semana Santa

Depois de caminharmos juntos durante as cinco semanas da quaresma agora adentramos na Semana Santa. Semana em que nós mergulhamos no mistério de nossa salvação e atualizamos em nossa vida a liturgia da paixão e morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo.
Esta semana começou com o Domingo de Ramos e, através de sua liturgia, todos nós aclamamos Jesus Cristo como Rei. Ele entra triunfalmente em Jerusalém e toda multidão o acolhe. Esta mesma multidão que o aclama como Rei e Senhor, mais tarde dá a sentença de morte, gritando em alta voz: crucifica-o!
Nos dias que seguem, queremos acolher e aclamar em nossa vida toda a Palavra de Deus para que tenha total significado em nós a passagem da morte para vida nova, da cruz para alegria da ressurreição.
 Durante as cinco semanas da quaresma, fizemos um caminho de reflexão a partir das moções e princípios que tem norteado a Renovação Carismática Católica com a finalidade de unir nossa vida e espiritualidade à vontade de Deus e ao mistério da cruz.
Agora, estamos nos aproximando do grande dia, o dia da ressurreição e o convite é para que nossas reflexões sejam guiadas pela Palavra de Deus.  Utilizemo-nos das Sagradas Escrituras e experimentemos o poder desta proclamação em nossa vida, renovando-nos a fé e fortalecendo-nos na esperança.

Segunda-feira: 18/04
A palavra que ordena nossa vida hoje é Isaías 42,1-7. De maneira especial olhamos para versículo 6:
 Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão; eu te formei e te constituí como centro de aliança do povo, luz das nações, para abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárceres os que vivem nas trevas.
A missão salvífica de Jesus acontece em nossas vidas todas as vezes que nos dirigimos a Ele. Esta passagem nos orienta para recordarmos que a nova e eterna aliança foi estabelecida pelo Senhor Jesus: as trevas foram dissipadas de nossa vida, a justiça se levanta na vida dos justos libertando dos cárceres que nos aprisionavam e de todos as situações nas quais o pecado tentou tirar de nós a visão de Deus.
Por isso neste dia, rezemos com base nesta Palavra louvando e bendizendo a Deus por todos os seus prodígios em nossa vida. De maneira especial falemos com Jesus o quanto somos gratos a Ele!

Terça-feira 19/04
O centro de nossa oração neste dia é o Salmo 70. Vamos nos amparar inteiramente no poder de Jesus, por ser Ele nossa esperança, ser nossa rocha protetora, ser Aquele em quem nos apoiamos desde toda nossa existência. Portanto, com base nos ensinamentos do salmo vamos orar:
 Sede uma rocha protetora para mim, um abrigo bem seguro que me salve! Porque sois minha força e meu amparo, o meu refúgio proteção e segurança! Libertai-me ó meu Deus das mãos do ímpio. Porque sois ó meu Deus minha esperança, em vós confio desde a minha juventude! Sois meu apoio desde antes que eu nascesse, desde o seio maternal o meu amparo. 
Utilizemos este salmo para elevar nossa oração ao Senhor, colocando-nos na condição de quem espera e confia Nele, sem ter reservas, rasgando nosso coração para Ele.

Quarta-feira 20/04
De maneira muito especial, vamos recordar das dores de Nossa Senhora e unir nossa oração as ações de Maria. Com o auxilio de nossa Mãe, peçamos ajuda para saber enfrentar os momentos de sofrimentos em nossa vida.
Primeira dor: Maria acolhe na fé a profecia de Simeão. “Este menino será causa de queda e de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição - uma espada transpassará tua alma! E assim serão revelados os pensamentos de muitos corações!”(Lc2,34-35)
Segunda dor: A fuga da Sagrada família para o Egito. “Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo. José levantou-se de noite, com o menino e a mãe, e retirou-se para o Egito”. (Mt 2,13-14)
Terceira dor: Maria procura Jesus em Jerusalém. Terminados os dias da festa, enquanto eles voltavam, Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais percebessem. Pensando que se encontrassem na caravana, caminharam um dia inteiro. Começaram então a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. Mas como não o encontrassem, voltaram para Jerusalém, procurando-o. (Lc 2,43-45)
Quarta dor: Maria se encontra com Jesus no caminho do calvário. “Enquanto levavam Jesus, detiveram certo Simão, de Cirene, que voltava do campo, e mandaram-no carregar a cruz atrás de Jesus. Seguia-o uma grande multidão do povo, bem como de mulheres que batiam no peito e choravam com ele”. (Lc 23,26-27)
Quinta dor: Maria aos pés da cruz de seu filho. “Junto à cruz de Jesus, estavam de pé sua mãe e a irmã de sua mãe, Maria de Cleofás, e Maria Madalena. Jesus ao ver sua mãe e ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher eis o teu filho!” depois disse ao discípulo: “Eis a tua mãe!” A partir daquela hora, o discípulo  a acolheu no que era seu (Jo 19,25-27)
Sexta dor: Maria recebe em seus braços Jesus, descido da cruz. “ Ao entardecer veio um homem rico de Arimatéia, chamado José, que também se tornara discípulo de Jesus. Ele foi procurar Pilatos e pediu o corpo de Jesus. então Pilatos mandou que se lhe entregasse o corpo. José tomando o corpo, envolveu – num lençol limpo e o colocou num túmulo novo, que mandara escavar numa rocha. Em seguida rolou, uma grande pedra na entrada do túmulo e retirou-se. Maria Madalena e a outra Maria estavam ali sentadas, em frente ao sepulcro”. (Mt 27,57-61)
Sétima dor: Maria entrega Jesus para ser sepultado, aguardando a ressurreição. “Eles pegaram o corpo de Jesus e o envolveram, com os perfumes, em faixas de linho, do modo com que os judeus costumavam sepultar. No lugar onde Jesus foi crucificado havia um jardim, um tumulo novo, onde ninguém tinha sido ainda sepultado. Por ser dia de preparação para os judeus, e como o túmulo estava perto, foi lá quem eles colocaram Jesus”. (Jo 19,40-42)

Quinta-feira Santa 21/04
Inicia-se o Tríduo Pascal. Estamos no ponto mais alto, mais importante da liturgia. Nestes três dias celebramos a morte e a ressurreição de Jesus.
Convidamos todos os que estão acompanhando este retiro quaresmal, para procura em sua paróquia as celebrações desse tríduo. Hoje, em todas as paróquias celebramos a última ceia, é momento em que Jesus institui a Eucaristia. Após a celebração, inicia-se os horários de vigília.
Para nos ajudar a preparar nosso coração, meditemos o Salmo 115:
Que poderei retribuir ao Senhor Deus por tudo aquilo que ele fez em meu favor? Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome Santo do Senhor... por isso ofereço um sacrifício de louvor, invocando o nome Santo do Senhor. Vou cumprir minhas promessas ao Senhor na presença de seu povo reunido.

Sexta-feira Santa 22/04
Este é um dia de jejum e abstinência de carne.
Seguindo as orientações do tríduo pascal, novamente lembramos a importância de participarmos das celebrações em nossa paróquia. Na sexta-feira santa, temos o momento da adoração da cruz. É o dia que todos os fiéis meditam o Evangelho que relata a paixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. É momento de nos voltamos para a cruz, lembrando que ela é sinal de nossa salvação. Vamos refletir na leitura das catequeses de São João Crisóstomo que nos ajudará a mergulhar no sentido nesta celebração.
Queres conhecer o poder do sangue de Cristo? Voltemos às figuras que o profetizaram e recordemos a narrativa do Antigo Testamento: Imolai, disse Moisés, um cordeiro de um ano e marcai as portas com seu sangue. Que dizes, Moisés? O sangue de um cordeiro tem poder para libertar o homem dotado de razão? É claro que não, responde ele, não porque é sangue, mas por ser figura do sangue do Senhor. Se agora o inimigo, ao invés do sangue simbólico aspergido nas portas, vir brilhar nos lábios dos fiéis, portas do templo dedicado a Cristo, o sangue verdadeiro, fugirá ainda mais para longe.
Queres compreender mais profundamente o poder deste sangue? Repare de onde começou a correr e de que fonte brotou. Começou a brotar da própria cruz, e a sua origem foi o lado do Senhor. Estando Jesus já morto e ainda pregado na cruz, diz o evangelista, um soldado aproximou-se, feriu-lhe o lado com uma lança, e imediatamente saiu água e sangue: a água, como símbolo do batismo; o sangue, como símbolo da eucaristia. O soldado, traspassando-lhe o lado, abriu uma brecha na parede do templo santo, e eu, encontrando um enorme tesouro, alegro-me por ter achado riquezas extraordinárias. Assim aconteceu com este cordeiro. Os judeus mataram o cordeiro e eu recebi o fruto do sacrifício.
De seu lado saiu água e sangue. Não quero querido ouvinte, que trates com superficialidades o segredo de tão grande mistério. Falta-me ainda explicar-te outro significado místico e profundo. Disse que esta água e este sangue são símbolos do batismo e da eucaristia. Foi desses sacramentos que nasceu a santa Igreja, pelo banho da regeneração e pela renovação no Espírito Santo, isto é, pelo batismo e pela eucaristia que brotaram do lado de Cristo.
Pois Cristo formou a Igreja de seu lado traspassado, assim como do lado de Adão foi formado Eva, sua esposa.
Por esta razão, a Sagrada Escritura, falando do primeiro homem, usa a expressão osso dos meus ossos e carne da minha carne, que São Paulo refere,  aludindo ao lado de Cristo. Pois assim como Deus formou a mulher do lado do homem, também Cristo, de seu lado, nos deu a água e o sangue para que surgisse a Igreja. E assim como Deus abriu o lado de Adão, enquanto ele dormia, também Cristo nos deu a água e o sangue durante o sono de sua morte.
Vede como Cristo uniu-se a sua esposa, vede com que alimento nos sacia. Do mesmo alimento nos faz nascer e nos nutre. Assim como a mulher, impulsionada pelo amor natural, alimenta com o próprio leite e o próprio sangue o filho que deu a luz, também Cristo alimenta sempre com seu sangue aqueles a quem deu o novo nascimento.

Sábado Santo 23/04
Estamos à espera da ressurreição. Vamos, neste dia, refletir sobre uma antiga homilia no grande Sábado Santo:
Que esta acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei esta dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos.
Ele vai antes de tudo a procura de Adão, nosso primeiro Pai, a ovelha perdida. Faz questão de visitar os que estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Deus e seu filho vão ao encontro de Adão e Eva cativos, agora libertos dos sofrimentos.
O Senhor entrou onde eles estavam, levando em suas mãos a arma da cruz vitoriosa. Quando Adão, nosso primeiro Pai, ouviu, exclamou para todos os demais, batendo no peito e cheio de admiração: “O meu Senhor esta no meio de nós”. E Cristo respondeu a Adão: “E com teu Espírito”. E tomando-o pela mão disse: “acorda, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará”.
Eu sou o teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho: por ti e por aqueles que nasceram de ti, agora digo, e com todo meu poder, ordeno aos que estavam na prisão: sai!;  e os que jaziam nas trevas: vinde para a luz!; e aos entorpecido: levantai-vos!
Eu te ordeno: acorda, tu que dormes, porque não te criei para permanecer na mansão dos mortos. Levanta-te, dentro os mortos; eu sou a vida dos mortos. Levanta-te obra das minhas mãos; levanta-te, oh minha imagem, tu que foste criado a minha semelhança. Levanta-te, saiamos daqui, tu em mim e eu em ti, somos uma só e indivisível pessoa.
Por ti, eu, o teu Deus, me tornei teu filho; por ti, eu, o Senhor, tomei tua condição de escravo. Por ti, eu, que habito no mais alto do céu desci a terra e fui até mesmo sepultado debaixo da terra; por ti, feito homem, tornei-me como alguém sem apoio, abandonado entre os mortos. Por ti, que deixaste o jardim do paraíso, ao sair de um jardim, fui entregue aos judeus  e num jardim, crucificado.
Vê em meu rosto os escarros que por ti recebi, para restituir-te o sopro da vida original, vê na minha face as bofetadas que levei para restaurar conforme a minha imagem, tua beleza corrompida.
Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti, para retirar de teus ombros o peso dos pecados. Vê minhas mãos fortemente pregadas a árvore da cruz, por causa de ti, como outrora estendeste levianamente as tuas mãos para a árvore do paraíso.
Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu ao adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu sono  vai arrancar-te do sono da morte. Minha lança deteve a lança que estava dirigida contra ti.
Levanta-te, vamos daqui. O inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu, porém, já não te coloco no paraíso ,mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti a árvore símbolo da vida; eu, porém, que sou a vida, estou agora junto de ti. Constitui anjos que, como servos, te guardassem; ordeno agora que eles te adorem como Deus, embora não sejas Deus.
Está preparado o trono dos querubins, pronto e postos os mensageiros, construído o leito nupcial, preparado o banquete, as mansões e os tabernáculos eternos adornados, abertos os tesouros de todos os bens e o reino dos céus preparados para ti desde toda a eternidade.

À noite temos a grande noite, a noite da Ressurreição! Celebração da luz! As leituras proclamadas nesta vigília nos atualizam os grandes feitos e as maravilhas do Senhor. Vamos nos esforçar para vivenciar com grande alegria esta celebração!

A casa encheu-se com a fragância do perfume!

A casa encheu-se com a fragância do perfume!


Comentário ao Evangelho do dia feito por : Papa Bento XVI Homilia de 02/04/2007 por ocasião do 2º aniversário da morte de João Paulo II (trad. © Libreria Editrice Vaticana) A narração evangélica confere um clima pascal intenso para a nossa meditação: a ceia de Betânia é prelúdio para a morte de Jesus, no sinal da unção que Maria fez em homenagem ao Mestre e que Ele aceitou em previsão da Sua sepultura (cf. Jo 12, 7). Mas é também anúncio da ressurreição, mediante a própria presença do redivivo Lázaro, testemunho eloquente do poder de Cristo sobre a morte. Além da plenitude do significado pascal, a narração da ceia de Betânia tem em si uma ressonância pungente, repleta de afeto e devoção; um misto de alegria e de sofrimento [...]. Para nós, reunidos em oração na recordação do meu venerado Predecessor, o gesto da unção de Maria de Betânia é rico de ecos e de sugestões espirituais. Evoca o testemunho luminoso que João Paulo II ofereceu de um amor a Cristo sem reservas e sem se poupar. O «perfume» do seu amor «encheu toda a casa» (cf. Jo 12, 3), isto é, toda a Igreja. Sem dúvida, quem beneficiou dele fomos nós que lhe estivemos próximos, e por isto agradecemos a Deus, mas dele puderam gozar também todos os que o conheceram de longe, porque o amor do Papa Wojtyla por Cristo superabundou, poderíamos dizer, em todas as regiões do mundo, porque era muito forte e intenso. A estima, o respeito e o afeto que crentes e não-crentes lhe manifestaram por ocasião da sua morte não é porventura um testemunho eloquente? [...] O intenso e frutuoso ministério pastoral, e ainda mais o calvário da agonia e a morte serena do nosso amado Papa, fizeram conhecer aos homens do nosso tempo que Jesus Cristo era verdadeiramente o seu «tudo». [...] «E a casa encheu-se com o cheiro do perfume» (Jo 12, 3). Voltemos a esta anotação, tão sugestiva do evangelista João. O perfume da fé, da esperança e da caridade do Papa encheu a sua casa, encheu a Praça de São Pedro, encheu a Igreja e propagou-se no mundo inteiro. O que aconteceu depois da sua morte foi, para quem crê, efeito daquele «perfume» que alcançou todos, próximos e distantes, e os atraiu para um homem que Deus tinha progressivamente conformado com o Seu Cristo. [...] Que o «Totus tuus» do amado Pontífice nos estimule a segui-lo pelo caminho da doação de nós próprios a Cristo por intercessão de Maria. 

As sete espadas de dor que transpaçaram o coração de Maria



Primeira dor: Maria acolhe na fé a profecia de Simeão. “Este menino será causa de queda e de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição - uma espada transpassará tua alma! E assim serão revelados os pensamentos de muitos corações!”(Lc2,34-35)

Segunda dor: A fuga da Sagrada família para o Egito. “Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo. José levantou-se de noite, com o menino e a mãe, e retirou-se para o Egito”. (Mt 2,13-14)

Terceira dor: Maria procura Jesus em Jerusalém. Terminados os dias da festa, enquanto eles voltavam, Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais percebessem. Pensando que se encontrassem na caravana, caminharam um dia inteiro. Começaram então a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. Mas como não o encontrassem, voltaram para Jerusalém, procurando-o. (Lc 2,43-45)

Quarta dor: Maria se encontra com Jesus no caminho do calvário. “Enquanto levavam Jesus, detiveram certo Simão, de Cirene, que voltava do campo, e mandaram-no carregar a cruz atrás de Jesus. Seguia-o uma grande multidão do povo, bem como de mulheres que batiam no peito e choravam com ele”. (Lc 23,26-27)

Quinta dor: Maria aos pés da cruz de seu filho. “Junto à cruz de Jesus, estavam de pé sua mãe e a irmã de sua mãe, Maria de Cleofás, e Maria Madalena. Jesus ao ver sua mãe e ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher eis o teu filho!” depois disse ao discípulo: “Eis a tua mãe!” A partir daquela hora, o discípulo  a acolheu no que era seu (Jo 19,25-27)

Sexta dor: Maria recebe em seus braços Jesus, descido da cruz. “ Ao entardecer veio um homem rico de Arimatéia, chamado José, que também se tornara discípulo de Jesus. Ele foi procurar Pilatos e pediu o corpo de Jesus. então Pilatos mandou que se lhe entregasse o corpo. José tomando o corpo, envolveu – num lençol limpo e o colocou num túmulo novo, que mandara escavar numa rocha. Em seguida rolou, uma grande pedra na entrada do túmulo e retirou-se. Maria Madalena e a outra Maria estavam ali sentadas, em frente ao sepulcro”. (Mt 27,57-61)

Sétima dor: Maria entrega Jesus para ser sepultado, aguardando a ressurreição. “Eles pegaram o corpo de Jesus e o envolveram, com os perfumes, em faixas de linho, do modo com que os judeus costumavam sepultar. No lugar onde Jesus foi crucificado havia um jardim, um tumulo novo, onde ninguém tinha sido ainda sepultado. Por ser dia de preparação para os judeus, e como o túmulo estava perto, foi lá quem eles colocaram Jesus”. (Jo 19,40-42)

Paixão de Cristo narrada por um cirurgião


PAIXÃO DE CRISTO NARRADA POR UM CIRURGIÃO

Sou um cirurgião, e dou aulas há algum tempo.
Por treze anos vivi em companhia de cadáveres e durante a minha carreira estudei anatomia a fundo.
Posso, portanto escrever sem presunção a respeito de morte como aquela. Jesus entrou em agonia no Getsemani e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra.
O único evangelista que relata o fato é um médico, Lucas. E o faz com a decisão de um clínico. O suar sangue, ou "hematidrose", é um fenômeno raríssimo. É produzido em condições excepcionais: para provocá-lo é necessária uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo. O terror, o susto, a angústia terrível de sentir-se carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas, o sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra.
Conhecemos a farsa do processo preparado pelo Sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate entre o procurador romano e Herodes. Pilatos cede, e então ordena a flagelação de Jesus. Os soldados despojam Jesus e o prendem pelo pulso a uma coluna do pátio. A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre as quais são fixadas bolinhas de chumbo e de pequenos ossos. Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado, e de diferente estatura. Golpeiam com chibatadas a pele, já alterada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue. A pele se dilacera e se rompe; o sangue espirra. A cada golpe Jesus reage em um sobressalto de dor. As forças se esvaem; um suor frio lhe impregna a fronte, a cabeça gira em uma vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia em uma poça de sangue.
Depois o escárnio da coroação. Com longos espinhos, mais duros que os de acácia, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo).
Pilatos, depois de ter mostrado aquele homem dilacerado à multidão feroz, o entrega para ser crucificado. Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da Cruz; pesa uns cinqüenta quilos. A estaca vertical já está plantada sobre o Calvário. Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheias de pedregulhos. Os soldados o puxam com as cordas. O percurso é de cerca de 600 metros. Jesus, fatigado, arrasta um pé após o outro, freqüentemente cai sobre os joelhos. E os ombros de Jesus estão cobertos de chagas. Quando ele cai por terra, a viga lhe escapa, escorrega, e lhe esfola o dorso. Sobre o Calvário tem início a crucificação.
Os carrascos despojam o condenado, mas a sua túnica está colada nas chagas e tirá-la produz dor atroz. Quem já tirou ma atadura de gaze de uma grande ferida percebe do que se trata. Cada fio de tecido adere à carne viva: ao levarem a túnica, se laceram as terminações nervosas postas em descoberto pelas chagas. Os carrascos dão um puxão violento. Há um risco de toda aquela dor provocar uma síncope, mas ainda não é o fim.
O sangue começa a escorrer. Jesus é deitado de costas, as suas chagas se incrustam de pó e pedregulhos. Depositam-no sobre o braço horizontal da cruz. Os algozes tomam as medidas. Com uma broca, é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos. Os carrascos pegam um prego (um longo prego pontudo e quadrado), apoiam-no sobre a mão de Jesus, com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira. Jesus deve ter contraído o rosto assustadoramente. O nervo mediano foi lesado.
Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado; uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos, e espalhou-se pelos ombros, atingindo o cérebro. A dor mais insuportável que um homem
pode provar, ou seja, aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos: provoca uma síncope e faz perder a consciência. Em Jesus não.
O nervo é destruído só em parte: a lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego: quando o corpo for suspenso na cruz, o nervo se esticará fortemente como uma corda de violino esticada sobre a cravelha. A cada solavanco, a cada movimento, vibrará despertando dores dilacerantes. Um suplício que durará três horas. O carrasco e seu ajudante empunham a extremidade da trava; elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé; consequentemente fazendo-o tombar para trás, o encostam na estaca vertical. Depois rapidamente encaixam o braço horizontal da cruz sobre a estaca vertical.
Os ombros da vítima esfregam dolorosamente sobre a madeira áspera. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos penetram o crânio. A cabeça de Jesus inclina-se para frente, uma vez que o diâmetro da coroa o impede de apoiar-se na madeira. Cada vez que o mártir levanta a cabeça, recomeçam pontadas agudas de dor. Pregam-lhe os pés. Ao meio-dia Jesus tem sede. Não bebeu desde a tarde anterior. Seu corpo é uma máscara de sangue. A boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir. Tem sede. Um soldado lhe estende sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida em bebida ácida, em uso entre os militares. Tudo aquilo é uma tortura atroz. Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus.
Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos, se curvam. É como acontece a alguém ferido de tétano. A isto que os médicos
chamam tetania, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdômen se enrijecem em ondas imóveis, em seguida aqueles entre as costelas, os do pescoço, e os respiratórios. A respiração se faz, pouco a pouco mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco se torna vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim em cianótico. Jesus é envolvido pela asfixia. Os pulmões cheios de ar não podem mais esvaziar-se. A fronte está impregnada de suor, os olhos saem fora de órbita. Mas o que acontece? Lentamente com um esforço sobre-humano, Jesus toma um ponto de apoio sobre o prego dos pés. Esforça-se a pequenos golpes, se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração torna-se mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial. Por que este esforço? Porque Jesus quer falar: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem". Logo em seguida o corpo começa afrouxar-se de novo, e a asfixia recomeça.
Foram transmitidas sete frases pronunciadas por ele na cruz: cada vez que quer falar, deverá elevar-se tendo como apoio o prego dos pés.Inimaginável! Atraídas pelo sangue que ainda escorre e pelo coagulado, enxames de moscas zunem ao redor do seu corpo, mas ele não pode enxotá-las. Pouco depois o céu escurece, o sol se esconde: de repente a temperatura diminui. Logo serão três da tarde, depois de uma tortura que dura três horas. Todas as suas dores, a sede, as cãibras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos, lhe arrancam um lamento: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?”.
Jesus grita: "Tudo está consumado!". Em seguida num grande brado diz: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito". E morre. Em meu lugar e no seu.
Dr. Barbet, médico francês 

terça-feira, 12 de abril de 2011

Retiro de Quaresma – Reflexões da 5ª semana

Retiro de Quaresma – Reflexões da 5ª semana

Tema: Consertando nossas redes através da cruz
Na quinta semana da quaresma queremos iniciar nossas reflexões e orações baseando-se na liturgia do domingo, como temos feito todas as semanas. Nos dias que seguem vamos refletir e orar sobre partes de uma profecia que o Senhor nos deu, quando falava sobre a cruz.
Em cada dia, vamos levar para nossa vida o que a cruz de Cristo já conquistou para nós, assim o Senhor Jesus estará restaurando, construindo e reconstruindo áreas de nossa vida para que, renovados em seu sangue redentor, possamos prosseguir decididamente em sua obra.

Domingo
A liturgia deste domingo nos leva a refletir sobre o poder de Jesus que vem para nos garantir a vitória sobre a morte. Em nossa reflexão, vamos nos apoiar na passagem de Ezequiel 37,12-14 “ assim fala o Senhor, Ó meu povo, vou abrir as vossas sepulturas e conduzir-vos para a terra de Israel, e quando eu abrir vossas sepulturas e vos fizer sair delas, sabereis que eu sou o Senhor. Porei em vós o meu Espírito, para que vivais, e vos colocarei em vossa terra. Então eu, o Senhor, digo e faço – oráculo do Senhor”. 
Muitas vezes nos sentimos como que em sepulturas. As situações difíceis parecem tomar conta de nossa vida. Mas no poder de Deus, esses sentimentos são transformados em sentido de vida. Por isso, neste domingo, que é o dia do Senhor, nós vamos pensar nas situações onde precisamos que o Senhor nos liberte, assim como nos ensina a leitura de Ezequiel.
Façamos em três momentos: primeiro lendo a passagem, depois louvando pelas situações onde precisamos ser libertos e, por fim, clamando pelo Espírito Santo que nos dá vida nova. 
Desta forma, estaremos nos preparando para nesta semana consertar nossas redes, através da cruz. Porque pelo que podemos refletir através desta passagem bíblica, não tem como viver a ressurreição sem passar pela cruz..
Segunda-feira
“Erguei a minha cruz sobre os vossos sonhos, a minha cruz que representou a derrota dos sonhos daqueles que pensaram que Eu iria restaurar imediatamente o reino de Israel, que ao me verem morrer na cruz viram morrer também o sonho de libertação das mãos do opressor. Estes não entenderam que eu os libertei sim do verdadeiro opressor”.
Para muitos, a cruz de Cristo pode parecer até hoje um sinal de derrota, mas não é. A cruz de Cristo é sinal de vitória. O catecismo da Igreja Católica nº 517 nos ensina que: “toda vida de Cristo é mistério de redenção. A Redenção nos vem antes de tudo pelo sangue da cruz, mas este mistério esta em ação em toda vida de Cristo: já na Encarnação, pela qual fazendo-se pobre, nos enriqueceu pela sua pobreza; na vida oculta, que pela sua submissão, serve de reparação pela nosso insubmissão; na sua palavra que purifica seus ouvidos; nas suas curas e exorcismos pelos quais “levou as nossas fraquezas e carregou as nossas doenças”; na sua ressurreição pela qual nos justifica”.
Quando olhamos para o trecho da profecia percebemos que neste dia podemos apresentar para Jesus os nossos sonhos. Quando comparamos com o que diz o CIC vemos que nossos sonhos podem ser colocados diante do poder redentor de Jesus. Vamos ler novamente o que nos diz a profecia e com toda esperança encarar os nossos sonhos. Vamos trazer para memória tantas coisas que sonhamos em nossa profissão, em nossa família, em nossos relacionamentos, em nosso matrimônio, em nosso ministério, em nosso chamado... com esperança, coragem e ânimo vamos fazer o que nos ensina a profecia “erguer a cruz sobre nossos sonhos”. 
Façamos assim: diante da cruz de Jesus apresentemos um a um os sonhos que  fomos deixando para trás, projetos que nós engavetamos, sonhos que nós julgávamos ser desfeitos. Podemos até colocar para Jesus palavras que nós proclamamos em relação a esses sonhos que se tornaram votos íntimos em nossa vida. Cada sonho que for apresentado agora, vamos erguer a cruz de Jesus pedindo que no poder redentor da cruz do Senhor possam ser realizados os sonhos que apresentamos e que são também o sonho de Deus para nós.
Terça-feira
“Quando erguerdes a minha cruz sobre os vossos sonhos, o meu sangue lavará e restaurará corações desapontados e descrentes por terem vistos tantos de seus sonhos ruírem”.
Vamos unir esta parte da profecia junto ao que Isaias 53,4 diz: “Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos”. O que é sofrimento e enfermidade já foi levado junto ao madeiro, por Jesus. Portanto, quando olhamos para as decepções de sonhos que não se realizaram, de projetos que não aconteceram, de namoros que não deram certos, de pedidos que, aparentemente, julgamos não ter sido atendidos, ao nos remeter a palavra de Deus percebemos que “Ele já tomou nossas enfermidades e carregou nossos sofrimentos”. 
Hoje não é dia para pararmos na tristeza. É momento de reanimar nossas forças, nossa esperança, nossa confiança. Mais uma vez, recorremos ao poder da Santa Cruz, lembrando que nela Jesus derramou seu sangue para nos lavar. 
Novamente apresentamos para o Senhor nossos sonhos, nossos desejos, nossa vontade, nossos projeto de vida e todas as decisões que estão em nosso coração. Não vamos perder a oportunidade de apresentar também a realidade de nosso coração. Assim como diz a profecia “meu sangue lavará corações desapontados e descrentes por terem vistos tantos de seus sonhos ruírem”. Mesmo que nossos corações estejam desapontados, descrentes, insatisfeitos, deixemos o sangue de Jesus nos lavar. Inclusive, se hoje você sofre de alguma enfermidade causada por desapontamentos e decepções é tempo favorável para o sangue de Jesus te lavar.
Após ter apresentado para o Senhor essas situações, seguimos com um louvor ao sangue de Jesus.
Quarta-feira
“Eu lavarei as feridas da mágoa e desapontamentos e tristeza profunda no meu sangue redentor”.
Para nos ajudar na reflexão de hoje vamos ler a palavra de Isaias 53,5b “fomos curados graças as suas chagas”.
Ao refletir sobre o Cristo crucificado, podemos contemplar as chagas de Jesus e nos unir ao que Jesus nos diz na profecia. Podemos colocar diante das chagas de Jesus nossas feridas, sejam de qual origem elas forem. Podemos trazer para nossa contemplação uma das chagas e nesta, colocar as nossas feridas emocionais, nossas lembranças que causam dores, nossas tristezas. Ao apresentá-las diante dessa chagas, deixamos essas situações serem alcançadas pelo sangue derramados na ferida de Jesus para lavar a nossa ferida. Aquilo que trazemos conosco que é mágoa, dificuldade em perdoar, angústias e amarguras, também pode ser colocado diante das chagas abertas de Jesus.
Podemos neste momento fazer um instante de oração diante de Cristo crucificado. Vamos louvar a Jesus por cada uma de suas chagas. Permitamos que neste momento o Espírito Santo nos conduza para uma experiência com as chagas de Jesus.

Quinta-feira
“Eu resgatarei a verdade e cortarei e cancelarei toda ilusão e mentira sobre a felicidade. Eu realizarei cura profunda em vosso interior para que volteis a crer e a sonhar. Eu lavarei no meu sangue vossa visão para que possais a ver os bens futuros que lhes preparei”.
Mergulhamos em cada frase desta profecia e façamos nossa oração: “resgatarei a verdade e cortarei e cancelarei toda ilusão e mentira sobre a felicidade”. Os filhos de Deus têm fome e sede de felicidade, mas apresentam uma idéia de felicidade que muitas vezes é idealizada pela mídia. Muitos filhos de Deus estão vivendo e sofrendo por causa da ilusão do ter, do poder, do prazer. Alguns pensam que para serem felizes precisam ter tal coisa, conseguir tanto salário, conquistar aquela pessoa, porém, não sabem que a felicidade esta em mergulhar sua vida em Deus.
Ele nos devolve os valores que perdemos diante de nossas buscas. Ele nos devolve a dignidade de filhos que ficou gasta diante dos prazeres. Ele cura nossa identidade que muitas vezes foi atingida pela falta de projeto de vida, de visão de Deus. Com esta frase da profecia oremos pedindo que o Senhor resgate a verdade em nós, que Ele cancele todas as ilusões sobre a felicidade e nos coloque diante de sua vontade.
Na frase seguinte nos diz “realizarei cura profunda em vosso interior para que volteis a crer e a sonhar”. Nos abramos neste momento para sermos curados interiormente. Não tenhamos nenhum medo de mostrar ao Senhor os nossos medos, traumas e decepções. Sejamos dóceis a voz do Senhor que realizar em nós obra de cura. Diante de seu amor, nos apresentemos para sermos curados e, experimentando esta cura, possamos sonhar o sonho de Deus em nós. 
Depois Ele nos diz que “lavará no seu sangue para termos nova visão e ver os frutos futuros”, aqui o Senhor quer ampliar nossa visão”. Com o coração ferido só vemos as dores, se deixarmos Jesus tocar, a misericórdia nos lava e cura. Deus quer nos dar nova visão em todas as áreas de nossa vida: na profissão, no serviço do Senhor, no estado de vida, na vocação, na família, nos estudos.  Oremos pedindo que o Senhor nos lave da visão das dores e coloque em nós a nova visão, aquela que nos leva a “buscar as coisas do alto, onde Cristo está sentado a direita de Deus” (Col 3,1) 
Sexta-feira
“Lavarei também no meu sangue todos os envolvidos, todas as pessoas e circunstancias das quais dependem para realizardes vossos sonhos. Eu vos libertarei das amarras da descrença, do fracasso, das palavras de maldição, do fatalismo e vos deixarei livres para sonhar, sem traumas, sem medos, sem nada que vos prenda”.
Vamos refletir em dois pontos: 
I - Quais são as pessoas que você depende para realização de seus sonhos? Apresentem cada uma delas para o Senhor, abençoa estas pessoas, mesmo se, por ventura, elas tenham te desejado algum mal. Deseje a elas a benção de Deus. Olhe também por todos as circunstâncias que dependem a realização de seus sonhos. É momento de darmos um salto na fé, colocar diante de Deus essas situações e acreditar que só em Deus as dificuldades são transformadas em conquistas e grandes ensinamentos que Deus nos dá.
II – A promessa do Senhor é que Ele vai nos libertar das amarras das descrenças, das palavras de maldição, do fatalismo e vai nos deixar livres para sonhar. Diante dessa promessa, tomemos força para lutar. Se sua vida tem sofrido pela descrença, neste dia vamos apresentar isso ao Senhor e permitir que ele nos dê vida nova, que renove nossa fé, nossa esperança e nos coloque diante do seu poder.
Se estamos sendo afetados por palavras maldosas, também diante delas apresentemos as benções do Senhor. Abençoamos todos os que dizem mal a nosso respeito, com certeza eles ainda não conhecem o amor de Deus. Se você sente em sua vida o peso de palavras malditas que bloquearam seus sonhos, troque neste momento tudo o que é maldito pelo que é bendito.  
Ao terminar este momento façamos um grande louvor ao Senhor, pois nestes dias Ele levantou-nos do abatimento, tirou de nós o que nos aniquilava na fé e nos devolveu a alegria dos sonhos e projetos.
Sábado
“Junto a cruz de Jesus estavam de pé a sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: “Mulher, eis aí teu filho.” Depois disse ao discípulo: Eis ai tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa”.
Durante todos os dias desta semana, refletimos sobre o momento da cruz. Hoje no carinho de Deus, vamos refletir sobre esta hora em que do alto da cruz, Jesus nos dá de presente sua Mãe Maria.
Quando Jesus entrega Maria a João e João a Maria, podemos nos colocar no lugar de João e então pensar: Jesus entrega Maria para mim e a mim a Maria. Diz a palavra que daquela hora em diante o discípulo a levou para casa. Então, desta hora em diante podemos levar Maria para nossa casa. 
Nossa Senhora esta conosco diante de nossos sofrimentos e nossos momentos de cruz. Portanto, ela não deixa de interceder por nós. No terço que vamos rezar, apresentemos para ela tudo que faz parte de nossa casa, afinal foi para lá que João a levou.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Retiro de Quaresma - Reflexões da 4° semana

Retiro de Quaresma - Reflexões da 4° semana

Estamos num trajeto cheio de bênçãos, somos convidados, nesta semana, a deixar o Espírito Santo nos ensinar a vivência da partilha. Vamos portanto, continuar nossa caminhada.
O tema que vamos abordar será Consertando as redes através da prática da partilha.
Vamos experimentar, através da partilha, a graça de Deus se multiplicando em nossa vida.

Domingo

Neste quarto domingo da quaresma, a Igreja nos ensina, pela liturgia, a experiência de se encontrar com Jesus e ter nossa vida iluminada e nossos olhos abertos, pois Jesus é a Luz do mundo.

A leitura de Efésios 5,8-14 é um convite a partilharmos o poder da Palavra de Deus que nos faz sair das obras das trevas e discernirmos o que agrada ao Senhor. Na unção do Espírito Santo mergulhamos nesta passagem bíblica, deixando que o próprio Deus venha iluminar nossa vida, sendo “luz em nosso viver”. Que a alegria da luz de Cristo traga para nós os frutos de justiça, bondade e verdade.

Se por ventura, ainda existe em nossas vidas situações que estão em trevas, hoje é um dia propício para apresentarmos a Jesus essas áreas, a fim de que a luz se faça presente,  trazendo as claras onde Deus ainda precisa atuar.

Como esta semana é semana de vivência de partilha vamos aproveitar para partilhar! É partilha em todos os sentidos: de bens materiais, de dons espirituais e de vida, enfim, vamos deixar que o amor fraterno tome conta de nossas atitudes.

Em cada dia da semana, vamos vivenciar uma situação de partilha, mas já adiantando quanto à partilha de algo material.

Tudo que você colocou como penitência para esta semana: o dinheiro que você utilizaria para comprar, você vai reservá-lo e no final da semana irá encaminhar a alguém que esta passando por dificuldades financeiras.

Se os servos do seu grupo de oração estão realizando a espiritualidade da quaresma juntos, vocês podem combinar e, nesta semana, ofertar o que gastariam com as coisas da penitência para a construção de nossa sede nacional.

Segunda-feira

Estamos vivendo um tempo de abundantes graças. Muitas obras estão em andamento, tanto na vida do movimento como em nossa vida pessoal. Por estarmos na semana da partilha vamos, em cada dia, vivenciar uma atitude de partilha, não só no sentido de bens materiais, mas no sentido de partilhar vida, dons, tempo, atenção e fraternidade.

A segunda-feira é o dia da partilha de fé. Vamos retornar a passagem de Isaías 45,1-3: “Eis o que diz o Senhor a Ciro, seu ungido, que ele levou pela mão para derrubar as nações diante dele, para desatar o cinto dos reis, para abrir-lhe as portas, a fim de que nenhuma lhe fique fechada: “Irei eu mesmo diante de ti, aplainando as montanhas, arrebentando os batentes de bronze, arrancando os ferrolhos de ferro.  Dar-te-ei os tesouros enterrados e as riquezas escondidas, para mostrar-te que sou eu o Senhor, aquele que te chama pelo teu nome, o Deus de Israel.”

Esta foi a passagem que Deus colocou para a RCC num momento de dificuldade financeira, um momento onde realmente se esperava que uma porta se abrisse. E justamente como resposta, o Senhor nos apresenta esta palavra onde Ele diz que vai “abrir todas as portas”.

Irmãos, é palavra que nos coloca diante de uma atitude de fé, pois, o que víamos não eram portas abertas, e sim, dificuldades enormes. Ainda na seqüência da mesma passagem vem escrito: “dar-te ei os tesouros enterrados e as riquezas escondidas”. A palavra vinha como resposta a tudo o que precisávamos.

Estamos com isto, partilhando a fé contigo que faz este retiro espiritual da quaresma porque talvez sua situação seja tão difícil quanto essa que a RCC passou naquela ocasião em 2008.

Pode até ser que seu problema não seja na área financeira, mas tenha a ver com tribulações na família, no trabalho, nos relacionamentos ou no próprio grupo de oração.
É tempo de atualizar esta palavra em nossas vidas, tomar pose dela diante de nossa realidade. Mostrar para as nossas dificuldades quem é Senhor de nossas vidas. Agir numa atitude de quem tem fé neste Senhor, de quem acredita no que Ele pode realizar e então, esperar as bênçãos entrar em nossa vida pelas portas que Ele nos apresentou na própria Palavra.

Com toda fé nesta palavra vamos fazer nossa oração.

Terça-feira

Partilhar também significa ter atitude de amor. Assim como em Atos 4,32-35: “a  multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém dizia que eram suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era comum. Com grande coragem os Apóstolos  davam testemunhos de ressurreição do Senhor Jesus. em todos eles eram grande a graça. Nem havia entre eles nenhum necessitado, porque todos os que possuíam terras ou casas vendiam-nas e traziam o preço do que tinham vendido e depositavam-no aos pés dos Apóstolos . Reparti-se então a cada um deles conforme sua necessidade”. Lendo a primeira vez a palavra, nos remetemos à questão de bens materiais, mas hoje vamos observar algo muito importante, “repartir a cada um conforme sua necessidade”. Neste sentido, a partilha de hoje é a partilha de amor.

Vou repartir de acordo com a necessidade do outro. Se ele necessita de amor é amor que eu darei. Dar amor é perceber onde posso ajudá-lo. Seja com atenção, com uma palavra de conforto, de consolo, orando por ele, fazendo um telefonema ou dando um sorriso. Então não importa onde você esta neste dia, o importante é deixar-se ser conduzido pelo Espírito de Amor e compartilhar esse sentimento. Pode ser até um simples sorriso, desde que seja feito com docilidade e somente com a intenção de partilhar o amor de Deus.

Antes de iniciar a prática, ore com esta passagem. Perceba que estavam unidos num só coração, numa só alma. Una-se ao coração amoroso de Jesus e permita que ele nos conduza a partilhar o amor.

Quarta-feira

“Eis o que diz o Santo e o Verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi – que abre e ninguém pode fechar; que fecha e ninguém pode abrir. Conheço as tuas obras: eu pus diante de ti uma porta aberta, que ninguém pode fechar; porque apesar de tua fraqueza, guardaste a minha palavra e não renegaste o meu nome.” (Apocalipse 3,7-8)

Continuando nossa prática da partilha, queremos hoje partilhar a palavra de Deus. Uma palavra que temos guardada em nosso coração. Podemos fazer assim: primeiro leia novamente esta passagem de apocalipse (pus diante de ti uma porta que ninguém pode fechar; apesar de tua fraqueza guardaste minha palavra). Com base nesta verdade, “apesar de nossa fraqueza guardamos a palavra do Senhor”, vamos recordar as palavras que tem norteado nossa vida.

Após lembrarmos quais são essas palavras pense: em quais delas esta a “palavra de Deus”? Agora retome a “palavra que Deus te deu como promessa para sua vida”.

É esta a palavra que você vai partilhar. Ou seja, você terá em seus lábios neste dia a passagem bíblica que tem marcado sua história, com todas as pessoas que você tiver oportunidade de partilhar sobre ela, você o fará.

Sabe por quê? Você vai falar de uma palavra que tem experimentado, então ao partilhar irá partilhar com vida, com sentimento, com todo seu coração. E esta experiência poderá salvar um irmão da tristeza, da solidão, do abandono e do desamor.

No final do dia você verá qual bem fez esta partilha para você. Não se importe com a quantidade de irmãos que poderá compartilhar neste dia, se preocupe apenas em não deixar de passar a oportunidade.



Quinta-feira

“Não tenho ouro nem prata, mas o que eu tenho, eu te dou: em nome de Jesus Cristo nazareno, levanta-te e anda!” Atos 3,6.

Estamos no caminho da partilha, a palavra de hoje é um convite especial para partilhar os bens espirituais.

Pedro e João, nesta ocasião, não tinham a moeda para ofertar àquele coxo, mas tinham o valor maior de todas as moedas existentes: a experiência viva de Jesus Ressuscitado e o Espírito Santo, agindo através deles na vida de todos os que se abrissem a esta graça.

Talvez hoje você não tenha nem ouro, nem prata, nem nenhum tipo de moeda para ofertar a um irmão que venha te pedir. Mas você tem o maior de todos os bens que ele possa precisar: a “pessoa e o amor de Jesus Cristo, o Nosso Senhor!”

Vamos refletir nesta passagem bíblica de Atos dos Apóstolos e nos colocar como os Apóstolos da Efusão do Espírito Santo nos dias de hoje. Oremos desejando partilhar os bens espirituais com aqueles que necessitam da força e poder do alto para prosseguirem. Você ficará preparado para ofertar a alegria, a atenção, a acolhida, o amor, a palavra de Deus e a esperança...Quantas bênçãos podemos partilhar!

Desta forma, vamos partilhar o poder da partilha. Não se preocupe em ter que sair de sua casa, de seu bairro ou de sua cidade para se colocar na partilha. Pode ter certeza que Deus levará até você as pessoas que estão necessitadas.

No final do dia, agradeça a Deus por todos que foram salvos por esta partilha.

Sexta-feira

Hoje vamos realizar um momento diferente dentro de nossa espiritualidade quaresmal. Sabendo que Jesus Cristo nos deu o maior ensino sobre a partilha, pois, Ele partilhou tudo de si por amor a nós. Estaremos, neste dia, buscando Jesus para partilhar nosso tempo com Ele.

O que vamos fazer então? Hoje vamos separar um tempo de nosso dia para estarmos a sós com Jesus. Neste momento com Ele nos preocupemos apenas em louvá-lo. A palavra que pode nos auxiliar neste dia é o Salmo 117.

Podemos em primeiro lugar pedir ao Espírito Santo que nos leve a entrar em intimidade profunda com Jesus Cristo. Em seguida podemos tomar a palavra e realizar uma leitura. Com olhos fixos na bondade, na justiça, na verdade e no amor de Deus, vamos retomar uma segunda vez esta leitura.Grifamos todos os versículos que falem conosco no sentido de louvar ao Senhor com todo nosso coração.

Seguindo a oração, podemos repetir o versículo e fazer um louvor. Vamos fazendo assim até chegar ao sincero louvor em línguas que brote com toda sinceridade de nosso coração.

Quando sentimos que o louvor terminou vamos silenciar nosso coração na presença do Senhor e adorá-lo. Vamos simplesmente estar na presença do Senhor, contemplar suas maravilhas e deixar nosso coração se unir ao Dele.

Assim, estamos partilhando com o Senhor nosso tempo de maneira nova e ao mesmo tempo fazendo experiência de amor com Ele.

Sábado

Durante o tempo de espiritualidade, toda semana reservamos o sábado para orar com a Virgem Maria.

Hoje vamos lembrar o momento que Jesus partilhou sua vida conosco. Para isso temos várias opções:

Pode ser no momento de seu sim, onde toda obra da salvação pôde ter continuidade. Pode ser no momento em que ela foi visitar sua prima Isabel, quando nós podemos também sermos visitados por ela, ou no momento do nascimento de Jesus, quando Maria e José apresentam Jesus no templo.

Pode ser ainda no momento em que perdem e encontram Jesus no templo ou em Caná, naquelas bodas em que foi a intercessora daquele casal.

Podemos também pensar no caminho do calvário, na cruz, na ressurreição, em Pentecostes ou ainda hoje, olhando pelas nossas necessidades e partilhando seu amor materno conosco.

Depois de ter feito memória das ações de amor da Virgem Maria, vamos nos unir orando o Santo Terço.

Que possamos nos apoiar nas palavras que Isabel disse a ela: “Bem -aventurada és tu que crestes, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!” Podemos chamar Nossa Senhora de bem aventurada e oferecer este o terço que vamos rezar à ela para que nos ajude a sermos fiéis a vontade de Deus em nossa vida e sempre possamos viver a partilha.

Lembre-se que nesta semana fizemos o propósito de somar todas as economias diante das penitências que fizemos para ofertar a alguém que esteja necessitando de ajuda ou até mesmo de fazermos esta oferta para a construção da Sede Nacional da RCC.