quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Papa Bento XVI proclama Ano da Fé para 2012



Momento será em comemoração pelos 50 anos de abertura do Concílio Vaticano II
A Igreja comemorará um “Ano da Fé” entre 11 de outubro de 2012 – 50º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II – e 24 de novembro de 2013 – festa de Cristo Rei -, segundo anunciou o Papa na última semana, durante a Missa conclusiva do primeiro encontro internacional de novos evangelizadores. “Decidi declarar um 'Ano da Fé', que ilustrarei com uma especial carta apostólica”, disse Bento XVI na ocasião.
A iniciativa de celebrar o “Ano da Fé” tem como objetivo “precisamente dar um renovado impulso à missão de toda a Igreja de conduzir os homens fora do deserto em que muitas vezes se encontram, rumo ao lugar da vida, a amizade com Cristo, que nos dá sua vida em plenitude”, explicou o Papa.
Esse “será um momento de graça e de compromisso por uma conversão a Deus cada vez mais plena, para reforçar a nossa fé n'Ele e para anunciá-lo com alegria ao homem da nossa época”, afirmou o Santo Padre, durante o anúncio.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A importância de se cultivar o bom-humor



Através dessa passagem do livro do Eclesiástico que foi dada à Renovação do Brasil, durante o primeiro Encontro de Formação pra Coordenadores, em São Paulo, em março de 2007, o Senhor nos pedia que cultivássemos o bom humor e a alegria de viver, nos pedia um rosto alegre e a prática do sorriso. Ele nos dizia, ainda, que queria despertar em nós ( porque estava adormecida) a esperança, a capacidade de sonhar, a alegria e o entusiasmo pelas coisas que fazem parte de nossa vida, colocando beleza no nosso coração para que possamos sorrir e retirar a “carranca” e a murmuração de nosso viver diário. A confirmação nos veio em forma de palavra de sabedoria:
“Quero que sirvas aos outros com o teu sorriso. Vê bem, meu filho, minha filha, diante de mim és como uma criança, com todas as possibilidades à sua frente. Coisas lindas podem acontecer! E não esquece: coisas vão acontecer,o dia vai seguir o seu curso, problemas e dificuldades acontecem, imprevistos acontecem e não são os teus queixumes que vão impedir o desdobramento natural os eventos, natural porque atitudes foram tomadas que levam a certas situações.Coloco diante de ti a escolha: enfrentar tudo com a beleza que coloquei no teu coração e um sorriso nos lábios, ou o oposto, voltar aos queixumes,à “cara feia”, e daí seguir o rumo natural.”
Deus nos fez também uma promessa, dizendo que se nos esforçássemos para cultivar o bom humor, Ele colocaria muita cor na nossa vida e pintaria lindos momentos no nosso coração e que seria para isso que deveríamos olhar nos momentos de tensão e crise - a beleza de Deus no nosso coração. Antes de falar, antes de reagir, antes de fazer cara feia, olhar por um momento para a linda obra de Deus dentro de nós.

Catequese do Papa: abertos à esperança e firmes na fé



Apresentamos, a seguir, a catequese que o Papa Bento XVI dirigiu quinta-feira (13) aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro para a audiência geral
Queridos irmãos e irmãs:
Hoje, eu gostaria de refletir com vocês sobre um salmo de tipo festivo, uma oração que, na alegria, fala das maravilhas de Deus. É o Salmo 126 – segundo a numeração greco-latina, o 125 –, que celebra as grandes coisas que o Senhor realizou no seu povo e que continuamente realiza em todos os crentes.
O salmista, em nome de todo Israel, começa sua oração recordando a experiência exultante da salvação:
“Quando o Senhor restabeleceu a sorte de Sião,pensamos que era um sonho.Então nossa boca transbordava de sorrisos e nossa língua cantava de alegria.” (vv. 1-2a)
O salmo fala de uma sorte restabelecida, isto é, restituída ao seu estado original, em toda a sua anterior positividade. Ou seja, parte-se de uma situação de sofrimento e de necessidade à qual Deus responde sendo a salvação e levando o orante à condição anterior, inclusive enriquecida e melhorada. É o que acontece com Jó, quando o Senhor lhe devolve tudo o que havia perdido, redobrando-lhe e ampliando uma bênção ainda maior (cf. Jó 42,10-13); é o que o Povo de Israel experimenta quando volta à sua pátria após o exílio na Babilônia. É justamente a referência ao fim da deportação em terra estrangeira o que se interpreta neste salmo: a expressão “restabelecer a sorte de Sião” é lida e compreendida pela tradição como um “trazer de volta os exilados de Sião”.
De fato, o retorno do exílio é o paradigma de toda intervenção divina de salvação, porque a queda de Jerusalém e a deportação à Babilônia foram experiências devastadoras para o povo escolhido, não só no âmbito político e social, mas também e sobretudo no campo religioso e espiritual. A perda da terra, o final da monarquia davídica e a destruição do Templo parecem um desmentido das promessas divinas, e o povo da aliança, disperso entre os pagãos, interroga-se dolorosamente sobre um Deus que parece tê-lo abandonado. Por isso, o final da deportação e o retorno à pátria são vivenciados como um maravilhoso retorno à fé, à confiança, à comunhão com o Senhor; é um “restabelecimento da sorte” que implica também na conversão do coração, no perdão, na amizade reencontrada com Deus, na conscientização da sua misericórdia e na renovada possibilidade de louvá-lo (cf. Jr 29,12-14; 30,18-20; 33,6-11; Ez 39,25-29).
Trata-se de uma experiência de alegria abrumadora, de sorrisos e de gritos de júbilo, tão bela que “pensamos que era um sonho”. As intervenções divinas têm, muitas vezes, formas inesperadas, que vão além do que o homem pode imaginar; daqui a maravilha e o júbilo que se expressam no louvor: “Maravilhas o Senhor fez por nós”. É o que dizem as nações e o que Israel proclama:
“Então se comentava entre os povos:'O Senhor fez por eles maravilhas'.Maravilhas o Senhor fez por nós,encheu-nos de alegria!”(vv. 2b-3).
Deus faz maravilhas na história dos homens. Realizando a salvação, revela-se a todos como Senhor potente e misericordioso, refúgio do oprimido, que não se esquece do lamento dos pobres (cf. Sl 9,10.13), que ama a justiça e o direito e de cujo amor está cheia a terra (cf. Sl 33,5).
Por isso, diante da libertação do povo de Israel, todos os povos reconhecem as coisas grandes e estupendas que Deus realiza para o seu povo e celebram o Senhor em sua realidade de Salvador. Israel se faz eco da proclamação das nações e a repete, mas como protagonista, como destinatário direto da ação divina: “Maravilhas o Senhor fez por nós”; “por nós” ou, mais precisamente, “conosco”, em hebraico ‘immanû, afirmando assim esta relação privilegiada que o Senhor tem com seus escolhidos e que encontrará no nome Emmanuel, “Deus conosco”, com o qual se conhece Jesus, seu cume e sua plena manifestação (cf. Mt 1,23).
Queridos irmãos e irmãs, na nossa oração, devemos considerar mais frequentemente como, nos acontecimentos da nossa vida, o Senhor nos protegeu, guiou, ajudou e, assim, louvá-lo por tudo o que fez por nós. Devemos estar atentos às coisas que Deus nos dá. Estamos sempre pendentes dos problemas, das dificuldades e quase não queremos perceber as coisas boas que vêm do Senhor. Esta atenção, que se converte em gratidão, é muito importante para nós e nos cria uma lembrança do bem que nos ajuda também nas horas de escuridão.
Deus realiza grandes coisas e quem experimenta isso – atento à bondade do Senhor, com a atenção do coração – está repleto de alegria. Com esta nota festiva termina a primeira parte do salmo. Ser salvos e voltar à pátria do exílio é como voltar à vida; a libertação abre ao sorriso, mas junto à esperança de um cumprimento que ainda é preciso desejar e pedir. Esta é a segunda parte do salmo, que diz assim:
“Traze de volta, Senhor, nossos exilados,como torrentes que correm no Negueb!Quem semeia entre lágrimas colherá com alegria.Quando vai, vai chorando, levando a semente para plantar;mas quando volta, volta alegre, trazendo seus feixes.”(vv. 4-6)
Se, no começo da oração, o salmista celebrava a alegria de um destino restabelecido pelo Senhor, agora o pede como algo que não se realizou ainda. Se aplicarmos este salmo à volta do exílio, esta aparente contradição se explicará com a experiência histórica, vivida por Israel, de volta a uma pátria difícil, só parcial, que induz o orante a solicitar uma posterior intervenção divina para levar à plenitude a restauração do povo.
Mas o salmo vai além do dado puramente histórico para abrir-se a dimensões mais amplas, de tipo teológico. A experiência consoladora da libertação da Babilônia está inacabada, “já” acontecida, mas “ainda não” chegou à sua plenitude.
Assim, enquanto na alegria se comemora a salvação recebida, a oração se abre à esperança de uma plena realização. Por isso, o salmo utiliza imagens particulares que, com sua complexidade, remetem à realidade misteriosa da redenção, na qual se entrelaçam o dom recebido e o que ainda não chegou, vida e morte, alegria sonhadora e lágrimas penosas. A primeira imagem faz referência aos torrentes secos do Negueb, que, com as chuvas, se enchem de águas impetuosas que devolvem a vida ao terreno seco e o fazem reflorescer. A petição do salmista é, portanto, que o restabelecimento do destino do povo e a volta do exílio sejam como a água, abrumadora e imparável, capaz de transformar o deserto em uma imensa região de erva verde e flores.
A segunda imagem vem das colinas áridas e rochosas do Negueb aos campos que os agricultores cultivam para obter o alimento. Para falar de salvação, recorda-se aqui a experiência de cada ano que se renova no mundo agrícola: o momento difícil e fatigoso da semeadura e a alegria tremenda da colheita. Uma semeadura que se acompanha com lágrimas, porque se tira o que ainda poderia se converter em pão, expondo-se a uma espera cheia de inseguranças: o camponês trabalha, prepara o terreno, espalha a semente, mas, como tão bem ilustra a parábola do semeador, não se sabe onde esta semente cairá, se os pássaros a comerão, se dará raízes, se se tornará uma espiga (cf. Mt 13,3-9; Mc 4,2-9; Lc 8,4-8).
Espalhar a semente é um gesto de confiança e de esperança; é necessário o trabalho do homem, mas depois se entra em uma espera imponente, sabendo que muitos fatores serão determinantes para o bom resultado da colheita e que o risco de um fracasso está sempre presente. Mas, todos os anos, o camponês repete seu gesto e lança a sua semente. Quando esta se converte em espiga e os campos se enchem de messe, então aparece a alegria de quem está diante de um prodígio extraordinário.
Jesus conhecia bem esta experiência e falava dela com os seus: “Jesus dizia-lhes: 'O Reino de Deus é como quando alguém lança a semente na terra. Quer ele esteja dormindo ou acordado, de dia ou de noite, a semente germina e cresce, sem que ele saiba como'.” (Mc 4,26-27). É o mistério escondido da vida, são as maravilhosas “coisas grandes” da salvação que o Senhor realiza na história dos homens e cujo segredo os homens ignoram. A intervenção divina, quando se manifesta em plenitude, mostra uma dimensão abrumadora, como os torrentes do Negueb e como o grão dos campos, evocador, este último, da desproporção típica das coisas de Deus: desproporção entre o cansaço da semeadura e a imensa alegria da colheita, entre a ansiedade da espera e a visão tranquilizadora dos celeiros cheios, entre as pequenas sementes lançadas na terra e a visão das gavilhas douradas pelo sol. Na colheita, tudo se transforma, o pranto acaba, deixa seu lugar a gritos de alegria exultante.
A tudo isso se refere o salmista para falar da salvação, da libertação, do restabelecimento da sorte, do retorno do exílio. A deportação à Babilônia, como toda situação de sofrimento e de crise, com sua escuridão dolorosa feita de dúvidas e de aparente distância de Deus, na verdade, diz o nosso salmo, é como uma semeadura.
No mistério de Cristo, à luz do Novo Testamento, a mensagem se torna mais explícita e clara: o crente que atravessa essa escuridão é como o grão de trigo que cai na terra e morre, mas para dar muito fruto (cf. Jo 12,24); ou, retomando outra imagem querida por Jesus, é como a mulher que sofre com as dores do parto para poder chegar à glória de ter dado à luz uma vida nova (cf. Jo 16,21).
Queridos irmãos e irmãs, este salmo nos ensina que, na nossa oração, devemos permanecer sempre abertos à esperança e firmes na fé em Deus. Nossa história, ainda que marcada muitas vezes pela dor, pelas inseguranças e momentos de crise, é uma história de salvação e de “restabelecimento do destino”. Em Jesus termina o nosso exílio, toda lágrima se enxuga no mistério da sua Cruz, da morte transformada em vida, como o grão de trigo que se destrói na terra e se torna espiga.
Também para nós, esta descoberta de Jesus é a grande alegria do “sim” de Deus, do restabelecimento do nosso destino. Mas como aqueles que – voltando da Babilônia, repletos de alegria – encontraram uma terra empobrecida, devastada, como também as dificuldades da semeadura fazem chorar os que não sabem se no final haverá colheita, assim também nós, depois da grande descoberta de Jesus Cristo – nossa vida, caminho e verdade –, entrando no terreno da fé, na “terra da fé”, encontramos frequentemente uma vida escura, dura, difícil, uma semeadura com lágrimas, mas seguros de que a luz de Cristo, no final, nos dá uma grande colheita.
Devemos aprender isso também nas noites escuras; não esquecer que a luz está aí, que Deus já está no meio das nossas vidas e que podemos semear com a grande confiança de que o “sim” de Deus é mais forte do que todos nós. É importante não perder esta lembrança da presença de Deus na nossa vida, esta alegria profunda de que Deus entrou na nossa vida, libertando-nos: é a gratidão pela descoberta de Jesus Cristo, que veio a nós. E esta gratidão se transforma em esperança, é estrela da esperança que nos dá a confiança, é a luz, porque as dores da semeadura são o início da nova vida, da grande e definitiva alegria de Deus.
Obrigado!
[No final da audiência, Bento XVI saudou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:]
Queridos irmãos e irmãs:
O Salmo 126 celebra as grandes coisas que o Senhor operou a favor do povo de Israel, e mais concretamente a sua libertação do cativeiro de Babilónia e o regresso a Sião.
Trata-se duma experiência tão bela que lhes «parecia viver um sonho». As intervenções do Senhor tomam, por vezes, formas inesperadas e proporções tão grandiosas que ultrapassam quanto podemos imaginar, suscitando o júbilo e a admiração: «Grandes coisas fez por nós o Senhor»! E, enquanto celebram com «expressões de alegria» a salvação recebida, a oração abre-se à súplica pelo restabelecimento completo da sorte do povo de Deus.
Em Jesus, no mistério da Cruz, a morte foi transformada em vida, como o grão de trigo que se desfaz na terra para ressurgir espiga. Que o Senhor nos conceda caminhar com Ele para a Casa do Pai, nossa verdadeira Pátria, cantando as suas maravilhas em nossas vidas, como Maria: «O Todo-Poderoso fez em Mim maravilhas: Santo é o seu nome»!
Saúdo os diversos grupos de peregrinos vindos do Brasil e demais participantes de língua portuguesa, cujos passos e intenções confio à Virgem Maria. Este mês de Outubro convida-nos a perseverar na reza diária do terço; que, desta forma, as vossas famílias se reúnam com a nossa Mãe do Céu, para cooperarem plenamente com os desígnios de salvação que Deus tem sobre vós. Com afecto concedo-vos, a vós e aos vossos familiares, a minha Bênção Apostólica.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Inauguração da Capela de Chã Grande




























Glorificar a Deus com os nossos pensamentos



“Não são carnais as armas com que lutamos. São poderosas em Deus, capazes de arrasar fortificações. Nós aniquilamos todo raciocínio e todo orgulho que se levanta contra o conhecimento de Deus, e cativamos todo pensamento e o reduzimos à obediência à Cristo” (2Cor 10, 4-5).
Muitas vezes falamos de glorificar a Deus com nossas atitudes, dando testemunho de nossa adesão à Cristo através de atos de amor, perdão e misericórdia, e de glorificá-lo com as palavras de nossos lábios, através de palavras de louvor e não de murmuração. Mas temos glorificado a Deus em nossos pensamentos?
Gostaria de atualizar para nós uma profecia em tom de exortação que nos foi dada no ano de 2007: “Vigia os teus pensamentos, mantém-nos dobrados ao meu Senhorio, humildemente submete-os a mim e não permitas que entre neles a divisão, a desconfiança, o julgamento, a intriga, a suspeita. Toda essa divisão não vem de mim. Os meus pensamentos são de paz, tudo aquilo que te roubar a paz, submete-o a mim e Eu agirei nessa situação específica sobre a qual pensastes. Paz, paz dentro de ti e ao teu redor. Não julga, não critica, não te arvores em juiz. Eu sou o Senhor”.
A confirmação nos veio através da Palavra: “Além disso, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos” (Fl 4,8-9).
Fica, portanto, a exortação do Senhor para nós, a de vigiar sobre nossos pensamentos, não julgando, não abrigando pensamentos de medo e de derrota, não tendo uma visão ruim das coisas e das pessoas, mas pedindo ao Espírito Santo para vir iluminar nossos pensamentos com o seu amor, com a sua luz, e pedindo a Jesus para lavar nossos pensamentos no seu sangue redentor para que nenhuma sugestão do maligno possa se insinuar dentro de nós. Assim, poderemos glorificar a Deus com nossos pensamentos.
Fica também como moção para nós fazermos o jejum do pensamento que não glorifica a Deus, a abstinência do pensamento mau e do julgamento, a moção de vigiarmos atentamente sobre nossos pensamentos. Não precisamos nos preocupar em julgar aos outros, pois Jesus Cristo, o Justo Juiz, porá tudo às claras. A nossa preocupação deve ser sempre a de agradar a Deus e de fazer sua vontade, a de não fazermos as coisas que criticamos no comportamento dos outros. Se estivermos ocupados lutando por nossa santidade, não teremos tempo nem disposição para nos ocupar com pensamentos ruins.
“Por isso, não julgueis antes do tempo; esperai que venha o Senhor. Ele porá às claras o que se acha escondido nas trevas. Ele manifestará as intenções dos corações. Então cada um receberá de Deus o louvor que merece” (1Cor 4, 5).
Ainda outro direcionamento que podemos tirar é o de fazermos de 2Cor 10, 4-5 a nossa oração diária para fortalecer-nos na abstinência do pensamento que não glorifica a Deus. Lembremos: as armas com que lutamos não são carnais, são espirituais, por nisso precisamos do auxílio de Deus. Tudo na nossa vida depende da graça de Deus. Que sua graça ilumine nossos pensamentos!
Maria Beatriz Spier Vargas
Secretária geral do Conselho Nacional da RCCBRASIL

O Senhor é meu pastor, nada me faltará



Confira a reflexão feita pelo Santo Padre o papa Bento XVI sobre o popular e querido Salmo 23.
Queridos irmãos e irmãs:
Dirigir-se ao Senhor na oração implica em um ato de confiança, com a consciência de entregar-se a um Deus que é bom, “misericordioso, lento à ira, rico em amor e fidelidade” (Ex 34,6-7; Sal 86,15; cf. Jl 2,13; Gn 4,2; Sal 103,8; 145,8; Ne 9,17). Por isso, hoje eu gostaria de refletir com vocês sobre um salmo impregnado de confiança em sua totalidade, no qual o salmista expressa sua serena certeza de que é guiado e protegido, posto a salvo de todo perigo, porque o Senhor é o seu pastor. Trata-se do Salmo 23 (segundo a tradição greco-latina, número 22), um texto familiar para todos e amado por todos. “O Senhor é o meu pastor, nada me falta”: assim começa esta bela oração, evocando o ambiente nômade do pastoreio e a experiência de conhecimento recíproco que se estabelece entre o pastor e as ovelhas que compõem o seu pequeno rebanho. A imagem recria uma atmosfera de confiança, intimidade, ternura: o pastor conhece as suas ovelhas, uma a uma, chama-as pelo seu nome e elas o seguem porque o reconhecem e se fiam dele (cf. Jn 10,2-4). Ele cuida delas, protege-as como bens preciosos, está preparado para defendê-las, para garantir seu bem-estar, para fazê-las viver em tranquilidade. Nada pode faltar-lhes se o pastor está com elas. A esta experiência se refere o salmista, chamando Deus de seu pastor e deixando-se guiar por Ele rumo a campos seguros:
“Ele me faz descansar em verdes prados,
a águas tranquilas me conduz.
Restaura minhas forças,
guia-me pelo caminho certo,
por amor do seu nome.” (vv. 2-3)
A visão que se abre aos nossos olhos é o dos prados verdes e fontes de água límpida, oásis de paz rumo aos quais o pastor acompanha seu rebanho, símbolos de lugares de vida aos quais o Senhor conduz o salmista, que se sente como as ovelhas recostadas no campo, ao lado de um manancial, em situação de repouso, não em tensão ou em estado de alarme, mas confiadas e tranquilas, porque o lugar é seguro, a água é fresca e o pastor vela por elas. Não nos esqueçamos de que a cena evocada pelo salmo está ambientada em uma terra em grande parte desértica, tostada pelo sol abrasador, onde o pastor semi-nômade do Oriente Médio mora com o seu rebanho nas estepes áridas que se estendem ao redor dos povoados. Mas o pastor sabe onde encontrar capim e água, essenciais para a vida, sabe guiar em direção ao oásis, onde a alma se “refresca” e é possível recuperar as forças e extrair novas energias para retomar o caminho.
Como diz o salmista, Deus o guia a “verdes prados” e “águas tranquilas”, onde tudo é abundante, onde tudo se dá copiosamente. Se o Senhor é o pastor, inclusive no deserto, lugar de carestia e de morte, não diminui a certeza de uma radical presença de vida, até o ponto de se poder dizer: “Nada me falta”. O pastor, de fato, tem no coração o bem do seu rebanho, adapta seus próprios ritmos e suas próprias exigências às das suas ovelhas, caminha e mora com elas, guiando-as por caminhos “certos”, isto é, adaptados a elas, com atenção às suas necessidades e não às próprias. A segurança do seu rebanho é a sua prioridade e a isso obedece a sua orientação.
Queridos irmãos e irmãs, também nós, como o salmista, se caminharmos seguindo o “Bom Pastor”, ainda que possam parecer difíceis, tortuosos ou longos os caminhos da vida, inclusive muitas vezes em regiões desérticas espiritualmente, sem água e com um sol de racionalismo abrasador, sob a orientação do Senhor deveremos estar seguros de que estes são os “certos” para nós e de que o Senhor nos guia, está sempre perto de nós e de que não nos faltará nada. Por isso, o salmista pode declarar uma tranquilidade e uma segurança sem dúvidas nem preocupações:
“Se eu tiver de andar por vale escuro,
não temerei mal nenhum,
pois comigo estás.
O teu bastão e teu cajado me dão segurança.” (v. 4)
Quem caminha com o Senhor nos vales escuros do sofrimento, das dúvidas e de todos os problemas humanos, sente-se seguro. “Tu estás comigo”: esta é a nossa certeza, a que nos sustenta. A escuridão da noite dá medo, com suas sombras mutáveis, a dificuldade de distinguir os perigos, seu silêncio cheio de barulhos indecifráveis. Se o rebanho se mover depois do pôs do sol, quando a visibilidade não é boa, é normal que as ovelhas se inquietem, pois existe o risco de cair, afastar-se ou perder-se, e também há o temor de possíveis agressores que se escondem na escuridão. Para falar do vale “escuro”, o salmista usa uma expressão hebraica que evoca as trevas da morte; portanto, o vale que precisamos atravessar é um lugar de angústia, de ameaças terríveis, de perigos de morte. No entanto, o orante caminha seguro, sem medo, porque sabe que o Senhor está com ele. Esse “comigo estás” é uma declaração de confiança inquebrantável, que resume uma experiência de fé radical; a proximidade de Deus transforma a realidade, o vale escuro perde toda a sua periculosidade, esvazia-se toda ameaça. O rebanho pode caminhar tranquilo, acompanhado pelo som familiar do cajado que bate no chão e indica a presença tranquilizadora do pastor.
Esta imagem confortante fecha a primeira parte do salmo e dá lugar a uma cena diferente. Estamos ainda no deserto, onde o pastor vive com o seu rebanho, mas agora estamos sob a sua barraca, que se abre para acolher:
“Diante de mim preparas uma mesa
aos olhos de meus inimigos;
unges com óleo minha cabeça,
meu cálice transborda.” (v. 5)
Agora, o Senhor se apresenta como aquele que acolhe o orante, com os sinais de uma hospitalidade generosa e repleta de atenções. O anfitrião divino prepara o alimento na “mesa”, um termo que, em hebraico, significa – em seu sentido primitivo – a pele do animal que se estendia na terra e onde se colocavam os víveres para uma refeição em comum. É um gesto de partilhar não só o alimento, mas também a vida, uma oferenda de comunhão e de amizade que cria vínculos e que expressa solidariedade. Depois está o generoso dom do óleo perfumado sobre a cabeça, que alivia o calor do sol do deserto, refresca e suaviza a pele, animando o espírito com sua fragrância. Finalmente, o cálice transbordante acrescenta uma nota de festa, com seu vinho saboroso, compartilhado com uma generosidade abundante. Refeição, óleo, vinho: são os dons que fazem viver e que dão alegria, porque vão além do que é estritamente necessário e expressam a gratuidade e a abundância do amor. O Salmo 104 proclama, celebrando a bondade que vem do Senhor: “Fazes crescer o feno para o gado, e a erva útil ao homem, para que tire da terra o seu pão: o vinho que alegra o coração do homem, o óleo que realça o brilho do rosto e o pão que sustenta o seu vigor” (v.14 e 15). O salmista é objeto de muitas atenções, pelas quais se vê um viajante que encontra refúgio em uma barraca acolhedora, enquanto seus inimigos devem olhar, sem poder intervir, porque aquele que era considerado sua presa recebeu refúgio, tornou-se hóspede sagrado, intocável. O salmista somos nós, quando somos realmente crentes em comunhão com Cristo. Quando Deus abre a sua barraca para nos acolher, nada pode nos causar dano.
Ao partir novamente o viajante, a proteção divina continua e o acompanha em sua viagem:
“Felicidade e graça vão me acompanhar
todos os dias da minha vida
e vou morar na casa do Senhor
por muitíssimos anos.” (v. 6)
A bondade e a fidelidade de Deus são a escolta que acompanha o salmista que sai da barraca e se coloca em caminho novamente. Além disso, é um caminho que adquire um novo sentido, tornando-se peregrinação rumo ao Templo do Senhor, o lugar santo no qual o orante quer “habitar” para sempre e ao qual quer “regressar”. O verbo hebraico que se utiliza aqui tem o sentido de “voltar”, mas, com uma pequena modificação vocálica, pode ser entendido como “morar”, e assim está traduzido nas versões antigas e na maior parte das traduções modernas. Ambas podem ser mantidas: voltar ao Templo e morar nele é o desejo de todo israelita, e morar perto de Deus, em sua proximidade e bondade, é o anseio e a nostalgia de todo crente: poder habitar realmente onde está Deus, perto d'Ele.
O rastro do pastor leva à sua casa, é a metade de todo caminho, oásis desejado no deserto, tenda de refúgio na fuga dos inimigos, lugar de paz onde experimentar a bondade e o amor fiel de Deus, dia a dia, na alegria serena de um tempo sem fim.
As imagens deste salmo, com sua riqueza e profundidade, acompanharam toda a história e a experiência religiosa o povo de Israel e acompanham os cristãos. A figura do pastor, em especial, evoca o tempo do Êxodo, o longo caminho no deserto, como um rebanho sob a guia do Pastor divino (cf. Is 63,11-14; Sal 77,20-21; 78,52-54). E, na Terra Prometida, era o rei quem tinha o dever de apascentar o rebanho do Senhor, como Davi, pastor escolhido por Deus e figura do Messias (cf. 2Sam 5,1-2; 7,8; Sal 78,70-72). Depois, no exílio na Babilônia, quase um novo Êxodo (cf. Is 40,3-5.9-11; 43,16-21), Israel é reconduzido à pátria como ovelhas dispersas e reencontradas, reconduzidas por Deus aos exuberantes pastos e lugares de repouso (cf. Ez 34,11-16.23-31). Mas é no Senhor Jesus que toda a força evocadora do nosso salmo chega à sua plenitude, encontra o cume do seu significado: Jesus é o “Bom Pastor” que vai buscar a ovelha perdida, que conhece suas ovelhas e que dá a vida por elas (cf. Mt 18,12-14; Lc 15,4-7; Jn 10,2-4.11-18). Ele é a via, o caminho justo que leva à vida (cf. Jn 14,6), a luz que ilumina o vale escuro e que vence os nossos medos (cf. Jn 1,9; 8,12; 9,5; 12,46). Ele é o anfitrião generoso que nos acolhe e nos coloca a salvo dos inimigos, preparando-nos a mesa do seu Corpo e do seu Sangue (cf. Mt 26,26-29; Mc 14,22-25; Lc 22,19-20), a definitiva do banquete messiânico no Céu (cf. Lc 14,15ss; Ap 3,20; 19,9). Ele é o Pastor real, rei na doçura e no perdão, entronizado no lenho glorioso da cruz (cf. Jn 3,13-15; 12,32; 17,4-5).
Queridos irmãos e irmãs, o Salmo 23 nos convida a renovar a nossa confiança em Deus, abandonando-nos totalmente em suas mãos. Peçamos com fé que o Senhor nos conceda caminhar para sempre pelos seus caminhos como rebanho dócil e obediente; que nos acolha na sua casa, em sua mesa e nos conduza a “águas tranquilas”, para que, ao acolher o dom do seu Espírito, possamos beber nas suas fontes, mananciais dessa água viva que “jorra para a vida eterna” (Jn 4,14; cf. 7,37-39).
Obrigado!
No final da audiência, Bento XVI saudou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:
Queridos irmãos e irmãs,
Abordamos hoje o Salmo 23, um texto muito conhecido e amado, no qual se exprime a certeza de saber-se guiado e protegido pelo Senhor. Ele é o Pastor que nos conduz e que não permite que falte coisa alguma. Trata-se, de fato, de um texto cujas imagens, ricas e profundas, acompanharam toda a história de Israel. A figura do Pastor evoca os tempos do Êxodo, o longo caminho pelo deserto, onde Deus guia o seu Povo como um Pastor, para a Terra Prometida. Mas, é com Cristo que toda a força simbólica deste salmo encontra a sua plenitude de significado. Jesus é o Bom Pastor que vai à procura da ovelha perdida, que conhece as suas ovelhas pelo nome. Ele é a luz que ilumina o vale tenebroso, e tira-nos todo o medo. Ele é o anfitrião generoso que nos acolhe e põe a salvo dos inimigos, preparando-nos a mesa do seu Corpo e do seu Sangue. Assim sendo, peçamos ao Senhor que nos conceda caminhar, pelas suas sendas, como rebanho dócil e obediente, e nos sacie nas “águas repousantes” do seu Espírito, da fonte de água viva que jorra para a vida eterna.
Saúdo cordialmente todos os peregrinos de língua portuguesa presentes nesta Audiência. Possa cada um de vós, guiado pelo Bom Pastor, ser por todo o lado um zeloso mensageiro do amor de Deus e uma testemunha corajosa da fé. Que Deus vos abençoe!
 

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Catequese do Papa Bento XVI

Meditação é fundamental para crescimento espiritual

Acompanhe a catequese dada por Bento XVI, na qual o papa nos exorta a necessidade de guardarmos as coisas boas em nosso coração e meditarmos sobre elas, as aplicando em nossa vida. Esta é uma bonita forma de oração cujo nosso maior exemplo é a mãe de Jesus.
Queridos irmãos e irmãs:
Maria chegou ao Paraíso e este é o nosso destino: nós podemos alcançar o Paraíso. A pergunta é: como? Maria já chegou; Ela – diz o Evangelho – é aquela que “acreditou que o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido” (Lc 1,45). Portanto, Maria acreditou, confiou-se a Deus, entrou com sua vontade na do Senhor e, assim, estava no caminho direto, na via rumo ao Paraíso. Crer, confiar-se ao Senhor, entrar em sua vontade: esta é a direção essencial.
Hoje eu não gostaria de falar sobre este caminho de fé, mas somente sobre um pequeno aspecto da vida de oração, que é a vida de contato com Deus, isto é, sobre a meditação. O que é a meditação? Meditar quer dizer “fazer memória” do que Deus fez e não esquecer dos seus muitos benefícios (cf. Sal 103, 2b). Frequentemente, vemos somente as coisas negativas; devemos ter em nossa memória também as coisas positivas, os dons que Deus nos fez, estar atentos aos sinais positivos que vêm de Deus e recordá-los. Portanto, falamos de um tipo de oração que, na tradição cristã, é conhecida como “oração mental”. Nós conhecemos normalmente as orações com as palavras; naturalmente, também a mente e o coração devem estar presentes neste tipo de oração, mas, neste caso, falamos de uma meditação que não está feita de palavras, mas que é uma forma de contato da nossa mente com o coração de Deus. E Maria, nisso, é um modelo muito real.
O evangelista Lucas repete, várias vezes, que Maria “guardava todas estas coisas, meditando-as no seu coração” (2,19; cf. 2,51b). Quem guarda não esquece. Ela está atenta a tudo o que o Senhor lhe disse e fez, e medita, ou seja, tem contato com diversas coisas, aprofundando nelas dentro do coração.
Aquela que, portanto, “acreditou” no anúncio do Anjo, que se tornou instrumento para que a Palavra eterna do Altíssimo pudesse se encarnar, acolheu também em seu coração o admirável prodígio desse nascimento humano-divino, meditou sobre ele, se deteve diante de tudo o que Deus estava realizando nela para acolher a vontade divina em sua vida e corresponder a ela. O mistério da Encarnação do Filho de Deus e da maternidade de Maria é tão grande, que exige um processo de interiorização; não é somente algo físico que Deus realiza nela, mas algo que exige uma interiorização por parte de Maria, que busca aprofundar no conhecimento, interpretar o sentido, compreender suas implicações e consequências. Assim, dia a dia, no silêncio da vida cotidiana, Maria continuou guardando em seu coração os maravilhosos acontecimentos posteriores de que foi testemunha, até a prova extrema da cruz: seus deveres cotidianos, sua missão de mãe, mas soube manter em si um espaço interior para refletir sobre a palavra e a vontade de Deus, sobre o que acontecia nela mesma, sobre os mistérios da vida do seu Filho.
Em nossa época, estamos sendo absorvidos por muitas atividades e compromissos, preocupações, problemas; muitas vezes se tende a preencher todos os espaços do dia, sem ter um momento para parar, meditando e nutrindo a vida espiritual, o contato com Deus. Maria nos ensina quão necessário é encontrar em nossas jornadas, com todas as atividades, momentos para recolher-nos em silêncio e meditar sobre o que o Senhor quer nos ensinar, sobre como Ele está presente e age no mundo e na nossa vida: ser capazes de parar um momento e meditar. Santo Agostinho compara a meditação sobre os mistérios de Deus à assimilação dos alimentos e usa um verbo que aparece em toda a tradição cristã: “rumiar”. Que os mistérios de Deus, que ressoam continuamente em nós até se tornarem familiares, guiem a nossa vida, nos alimentem, como acontece com o alimento necessário para sustentar-nos. E São Boaventura, referindo-se às palavras da Sagrada Escritura, diz que “devem ser rumiadas para que possamos fixá-las com ardente aplicação no ânimo” (Coll. In Hex, ed. Quaracchi 1934, p. 218). Meditar, portanto, quer dizer criar em nós uma situação de recolhimento, de silêncio interior, para refletir, assimilar os mistérios da nossa fé e o que Deus opera em nós. Podemos fazer esta meditação de várias formas, tomando, por exemplo, uma breve passagem da Sagrada Escritura, sobretudo dos Evangelhos, dos Atos dos Apóstolos, das cartas dos Apóstolos, ou talvez uma página de algum autor espiritual que nos aproxima e torna mais presentes as realidades de Deus no nosso hoje; talvez também buscando o conselho do confessor ou do diretor espiritual, ler e refletir sobre o que se leu, parando para pensar nisso, procurando compreender, entender o que diz a nós, no dia de hoje; abrir nossa alma ao que o Senhor quer nos dizer ou mostrar. Também o santo terço é uma oração de meditação: repetindo a Ave Maria, somos convidados a refletir sobre o mistério que proclamamos. Podemos nos deter também em qualquer experiência espiritual intensa, nas palavras que ficam impressas na participação da Eucaristia dominical. Portanto, como podem ver, há muitas maneiras de meditar e de ter contato com Deus, de aproximar-nos dele e, dessa forma, estar no caminho rumo ao Paraíso.
Queridos amigos, a constância em dedicar tempo a Deus é um elemento fundamental para o crescimento espiritual; é o próprio Senhor quem nos dará o prazer pelos seus mistérios, pelas suas palavras, pela sua presença e ação, por sentir quão belo é que Deus fale conosco; Ele nos fará compreender de maneira mais profunda o que quer de nós – afinal, este é o objetivo da meditação: colocar-nos cada vez mais nas mãos de Deus, com confiança e amor, na certeza de que somente fazendo a sua vontade seremos, finalmente, felizes.
Fonte: Zenit

O louvor na luta contra o mal



“Temei a Deus e dai-lhe glória, porque é chegada a hora do seu julgamento. Adorai aquele que fez o céu e a terra, o mar e as fontes” (Ap 14,7).
O livro do Apocalipse, no capítulo 14, nos fala da luta contra as forças do mal, luta essa que deve ser sustentada pelos eleitos do Cordeiro. Recentemente, recebemos como direcionamento por parte do Senhor os capítulos 13 e 14 do livro do Apocalipse. O capítulo 13 fala da ação do mal no mundo, por exemplo, diz que à Fera, ao Dragão foi dada a faculdade de proferir arrogâncias e blasfêmias contra Deus, para blasfemar o nome de Deus, o seu tabernáculo e os habitantes do céu;  e foi-lhe dado também, fazer guerra aos santos e vencê-los.  Porém, no mesmo capítulo, a Palavra nos diz: “Esta é a ocasião para a constância e a confiança dos santos”.
A seguir, no capítulo 14, recebemos a orientação de como neutralizar a arrogância e a blasfêmia do Acusador: declarando a vitória do Cordeiro sobre o mal.
Os eleitos do Cordeiro são convidados a unir as suas vozes à voz do coro celeste que canta um cântico novo diante do Trono. Esse cântico novo, o louvor daqueles que são constantes, fiéis e pacientes não pode ser acorrentado, ele tem poder libertador porque declara a verdade: Jesus é Senhor!
Através dessas passagens, somos convocados a retomar o louvor como estilo de vida, o louvor que declara a quem pertencemos e de quem é a vitória na nossa vida.
Retomo uma profecia que já partilhei anteriormente e que recebemos durante um momento de adoração em reunião do Conselho Nacional:
“Convido que passem todos os dias um tempo diante de mim reconhecendo que Eu sou o Senhor, vosso Deus Todo Poderoso, Invencível. Passem um tempo diante de mim reconhecendo a minha vitória, a minha soberania. Esqueçam-se de suas dificuldades e preocupações, de seus problemas e me adorem na minha realeza, na minha onipotência, na minha força poderosa, no meu amor grandioso, ilimitado.”
Que o Espírito Santo nos capacite a dar uma resposta a esse convite ao louvor, resposta essa que vai trazer a vitória de Deus para as nossas vidas e as vidas de todos os que amamos.
Maria Beatriz Spier Vargas
Secretária geral do Conselho Nacional da RCCBRASIL